“Deus abençoe o nosso Brasil” - recomendações para o retorno às aulas presenciais das crianças: a travessia da biopolítica à necropolítica - (2022)

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Célia Ratusniak, Vanderlete Pereira da Silva

Volume: 47 - Issue: 1

Resumo. O artigo discute a travessia das escolas públicas que atendem crianças pela pandemia da COVID-19. Problematiza o discurso do ministro da educação, tomando-o como um exemplo de pós-verdade que cria um cenário de segurança sanitária para convencer o retorno às aulas presenciais. O texto mapeia as distorções, invenções e interpretações equivocadas de dados, estratégias para produzir a pós-verdade, apresentadas pelo MEC, pela SEED/PR e pela SEDUC/AM, contrapondo esses discursos com dados que apresentam o cenário real da pandemia no Brasil, retirados do Ministério da Saúde, de revistas científicas e agências oficias de notícias. Considera a decisão do retorno imediato uma tentativa de esconder a situação do ensino remoto emergencial (ERE), bem como a falta de planejamento e investimento nas condições sanitárias recomendadas, expostas em documentos e pesquisas oficiais. Para construir essa tese, busca na Sinopse Estatística do Questionário Resposta Educacional à Pandemia de COVID-19 no Brasil, Educação Básica dados que mostram alguns aspectos do ERE na rede municipal brasileira, paranaense e amazonense, que concentram grande parte das matrículas de crianças. Para fundamentar a análise, utiliza os conceitos de biopolítica e de necropolítica, que acionam o racismo de Estado. Conclui que o argumento da defesa do futuro das crianças legitima a exposição delas, de suas famílias e profissionais da escola onde trabalham, deixando morrer populações subalternizadas.

Keywords: Educação Básica, Biopolítica, Necropolítica.

Idioma: Portuguese

Registro: 2024-04-28 12:15:00

https://periodicos.ufsm.br/reveducacao/article/view/67915